Pesquisa Quest desta quarta-feira
(28) mostra que 50% dos brasileiros
defendem a prisão do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL), já. Por outro lado,
outros 39% dizem que ele não precisa
ser preso agora. O fato está relacionado à acusação que pesa sobre ele
por tentativa de golpe de Estado e
abolição do Estado democrático.
A pergunta era sobre a necessidade
de prendê-lo agora em razão da tentativa de golpe. A pesquisa tem sido
positiva e negativa para Bolsonaro.
Como a pesquisa foi feita entre 25 e
27, ela conseguiu detectar que 50%
dos entrevistados entenderam que o
ato na Paulista, domingo (25) mostrou
que ele saiu fortalecido.Só 26 acham o
contrário.
Na verdade, o ato do dia 25 ,mostrou
que Bolsonaro mantém a cota de 20%
a 25% do eleitorado brasileiro apegado
ao bolsofascismo. Ele mantém suas
bandeiras questionáveis no pico do
mastro, além de poder garantir algum
bônus para os candidatos a prefeito e
vereadores neste ano.
No meio evangélico, onde surfa com

liberdade, ainda que com uma mensagem que vai na contramão de tudo
que o Cristianismo prega, ele mantém
o prestígio desse segmento. Bolsonaro consegue seduzir essa massa
religiosa, mesmo com mantras que
traduzem o ódio e o preconceito.
A pesquisa dá a ele um fôlego num
momento crucial, pois está sob os
olhos da Polícia Federal, acusado
de uma série de crimes graves. Os
dados podem mesmo ser um conforto
político, mas não mudam o seu quadro
processual. Aquela gente da Paulista
não assusta ou intimida as instituições
e as autoridades, que hoje não ouvem
mais o ex-presidente dizendo que não
cumpriria decisão judicial. Ele precisa
ser denunciado pela Procuradoria Geral da República, ter a denúncia atacada para virar réu. Depois a condenação
ou absolvição.
A prisão de Bolsonaro sem um motivo
justíssimo, dizem alguns especialistas, e com boa dose de razão, pode
colocá-lo na condição de mártir e
confirmar a lenda que ele e sua turma
espalham que diz ser um perseguido.