Após uma angustiante espera de dois anos na fila de transplantes, a professora aposentada Ana Cristina Pereira Nunes Pinto, 64 anos, finalmente recebeu o tão aguardado transplante de fígado na Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém. Encaminhada pelo Hospital Barros Barreto, a paciente foi diagnosticada com cirrose e, desde 2022, vinha cumprindo rigorosamente o tratamento para controlar a progressão da doença.
A cirurgia, realizada em 2024, foi um sucesso, e Ana Cristina aguarda a alta hospitalar para celebrar com sua família. Casada e mãe de três filhos, a paciente expressou sua gratidão à equipe da Santa Casa e à família do doador. “Agradeço à família do doador e à equipe da Santa Casa do Pará, desde o ambulatório até a enfermaria. São excelentes profissionais, e também muito atenciosos”, afirmou Ana Cristina.
O filho da paciente, Antônio José Pinto Júnior, compartilhou a jornada difícil enfrentada por sua mãe nos últimos anos devido à deterioração de sua saúde. Ele destacou a importância da doação de órgãos e expressou profunda gratidão à família do doador pelo gesto de amor. “Nós sabemos que é um momento de perda. É um momento de dificuldade para a família do doador. Mas quando se tem esse gesto de amor, você consegue levar alegria e amor para outra família, que é algo indescritível”, disse.
O cirurgião Rafael Garcia, responsável técnico da equipe de transplante de fígado da Santa Casa, ressaltou a importância do procedimento realizado em Ana Cristina. Após quase nove meses sem transplantes devido à escassez de doadores compatíveis, o médico destacou que esse caso foi uma vitória significativa para a instituição. Mais de 50 profissionais estiveram envolvidos no transplante, que durou seis horas e meia.
A Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, desde 2019, tornou-se referência em transplante hepático, atendendo a uma demanda do governo estadual. Bruno Mendes Carmona, presidente da fundação, enfatizou os investimentos realizados para equipar o hospital e torná-lo autossuficiente em transplantes hepáticos, evitando que os pacientes precisem se deslocar para outros estados.
Carmona também ressaltou a importância da doação de órgãos no Brasil, onde aproximadamente 50 mil pessoas aguardam por transplantes. Ele incentivou as famílias a autorizarem a doação, lembrando que um doador pode salvar até nove vidas.
O cirurgião Rafael Garcia finalizou reiterando a necessidade de doações para reduzir as filas de espera. “Se tivesse doação suficiente, a gente poderia ter essa fila zero. Na região Norte, os índices de doação são muito baixos em relação ao restante do País. E sem doação não tem transplante”, enfatizou.
A Santa Casa do Pará, além de realizar transplantes hepáticos, também tem atuado no transplante renal pediátrico desde 2019, proporcionando esperança a crianças e adolescentes.
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