O governo brasileiro anunciou a retomada das negociações com Cuba referentes à dívida de mais de R$ 3,3 bilhões (US$ 671 milhões), originada de empréstimos feitos nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A maior parte dos recursos foi destinada à construção do porto de Mariel, localizado a cerca de 40 quilômetros de Havana, cuja inauguração contou com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014.
No entanto, as negociações tomaram um rumo inesperado, pois em vez de apresentar propostas para quitar o débito, a ditadura cubana liderada por Miguel Díaz-Canel alegou enfrentar dificuldades financeiras. Segundo informações do Estadão, durante as conversas, Cuba expressou a intenção de honrar a dívida com o Brasil, mas destacou “limitações” que dificultam os pagamentos a curto prazo.
A dívida vencida, que já ultrapassa os R$ 3,3 bilhões, é composta não apenas pelo montante em atraso, mas também por parcelas a vencer, totalizando US$ 525 milhões (R$ 2,6 bilhões). O Ministério da Fazenda informou que as equipes técnicas de ambos os países estão em fase de conciliação para definir os valores.
Entre as justificativas apresentadas pela ditadura cubana para as dificuldades financeiras, foram citados problemas “decorrentes de choques externos diversos”, incluindo a pandemia, os embargos americanos e até as mudanças climáticas.
É importante ressaltar que o governo brasileiro, aliado histórico da ditadura cubana, retomou as negociações mesmo após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter visitado a ilha em setembro do ano passado. Antes da visita, em junho, Lula chegou a afirmar que Cuba era um “bom pagador”. Qualquer negociação que implicasse em redução do valor da dívida precisaria obrigatoriamente de autorização do Congresso Nacional.
As próximas etapas das negociações e as possíveis soluções para a complexa situação financeira entre Brasil e Cuba permanecem como pautas de interesse e acompanhamento pela população e autoridades.
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