Neste domingo, 11, um momento surpreendente e simbólico marcou a história da Argentina e do Vaticano. O Papa Francisco e o presidente argentino Javier Milei se encontraram na Basílica de São Pedro, em uma cerimônia que canonizou a beata María Antonia de San José de Paz y Figueroa, a primeira santa argentina.
O encontro entre o líder da Igreja Católica e o presidente argentino pôs fim a um clima tenso que prevaleceu durante as eleições, quando Milei chegou a afirmar que o pontífice era o “representante do maligno na terra”. O gesto de reconciliação aconteceu após a Eucaristia, quando o Papa Francisco, em sua cadeira de rodas, foi conduzido ao encontro de Milei, que assistiu à missa.
O presidente argentino cumprimentou o líder religioso, apertou-lhe a mão e o abraçou, marcando um momento de superação das divergências. Durante a cerimônia de canonização, o Papa Francisco fez uma homilia emocionante, fazendo referência à passagem bíblica em que Jesus curou um leproso, destacando a importância de acolher e cuidar dos marginalizados na sociedade moderna.
“Quantas pessoas sofredoras encontramos nas calçadas de nossas cidades, e quantos medos, preconceitos e inconsistências, mesmo entre aqueles que acreditam e professam ser cristãos, contribuem para feri-las ainda mais! Também em nosso tempo, há tanta marginalização, há barreiras a serem derrubadas, ‘lepra’ a ser curada”, declarou o Papa durante a cerimônia.
María Antonia de San José de Paz y Figueroa, conhecida como Mama Antula, foi canonizada em reconhecimento ao seu trabalho social e religioso na Argentina do século XVIII, antes da independência espanhola. O Papa Francisco agradeceu a Mama Antula por seu papel em manter vivo o legado da Companhia de Jesus, da qual o próprio pontífice faz parte.
O abraço entre o Papa Francisco e o presidente Milei simboliza a importância da reconciliação e da busca pela união, transcendendo as diferenças em prol de valores comuns. Este momento histórico certamente terá repercussões tanto na política quanto na esfera religiosa da Argentina, marcando um novo capítulo na relação entre o governo e a Igreja.
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