Um recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelou que a produção aquícola no Pará apresentou um notável crescimento, superando significativamente a média nacional. De acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal (PAM), enquanto o Brasil registrou um aumento de 5%, o Pará surpreendeu com um crescimento de 21% no período de 2021 a 2022. Os números indicam uma produção total de 14.269.401 quilos de pescado no estado.
Os dados específicos sobre a produção de alevinos, fornecidos pela Coordenadoria de Aquicultura, são igualmente impressionantes. Nos últimos quatro anos, houve um aumento extraordinário de mais de 3 mil por cento, impulsionando a atividade nas estações de alevinagem administradas pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) em Terra Alta e Santarém, com a construção de uma terceira em Breves, no Arquipélago do Marajó – a primeira nesta Região de Integração.
O reconhecimento do crescimento da aquicultura no Pará também vem de importantes produtores do setor. Eduardo Arima, renomado criador de pirarucu do município de Benevides, elogiou os resultados expressivos, destacando que a região Norte demonstra interesse e capacidade para produzir, oferecendo alternativas em meio à crescente escassez de produtos pesqueiros.
O coordenador de Aquicultura da Sedap, Alan Pragana, ressaltou que a secretaria está realizando um levantamento completo sobre os empregos gerados pela atividade, destacando que a aquicultura cria um emprego para cada quatro hectares de lâmina d’água. A segurança jurídica proporcionada pela Lei 9.665, promulgada em 2022, e pelo Decreto 3.385, sancionado pelo governador Helder Barbalho, tem atraído empresas multinacionais para o estado.
A aprovação da Lei 1686/2021, que estabelece regras para acordos de pesca no Pará, também recebeu destaque. Eduardo Arima destacou que essa legislação proporcionou mais segurança e respaldo para os produtores, permitindo a criação de espécies como a tilápia, antes estritamente proibida.
O apoio do governo às linhas de crédito é apontado como um fator crucial para o crescimento da aquicultura no estado. Eduardo Arima revelou que sua empresa está na lista de espera para receber benefícios voltados para a construção de uma unidade de processamento de Arapaima gigas, o pirarucu. Esse incentivo é visto como uma oportunidade para expandir a produção e fortalecer a presença do Pará no mercado nacional e internacional.
A realização da I IFC Amazônia no ano passado foi fundamental para impulsionar o setor aquícola. O evento, sediado em Belém, atraiu representantes de mais de 10 países, 80 conferencistas e 70 expositores, consolidando o Pará como um importante centro de negócios no segmento. Alan Pragana enfatizou que o estado continua recebendo demandas de empresas de fora do Brasil interessadas em investir na aquicultura paraense.
A perspectiva é promissora, conforme destacou Alan Pragana: “Com esse novo cenário e legislação, o horizonte é muito próspero”. Os sete tipos aquícolas mais produzidos no Pará, segundo a PAM/IBGE, incluem o tambaqui, tambacu, tilápia, matrinxã, pirapitinga, piau e pintado, refletindo a diversidade e a pujança da atividade no estado.
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