Nesta sexta-feira (1º), os rios da região do Baixo Tocantins, no Pará, foram palco de um espetáculo tradicional e aguardado: a abertura da temporada de pesca do mapará. Após quatro meses de período de defeso, pescadores de cidades como Cametá e Limoeiro do Ajuru lançaram suas embarcações em busca dessa espécie tão apreciada entre os paraenses, marcando o início do “Borqueio”, um grandioso círculo de embarcações em busca do alimento.
O “Borqueio” representa a retomada da pesca na região do Tocantins, após o defeso, período em que a pesca do mapará é proibida. Mesmo com o céu nublado, a liberação atraiu uma multidão de pescadores determinados a garantir a renda para suas famílias. Em Cametá, apenas no primeiro dia, dados da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) indicam a captura de 150 toneladas de mapará.
Em Cametá, a pesca do mapará vai além de estimular a economia local; é considerada Patrimônio Cultural e Imaterial. O “Borqueio” transforma as águas em um emaranhado de barcos coloridos, dando vida ao cenário pitoresco e marcante da tradição pesqueira local.
Em Limoeiro do Ajuru, município celebrado por suas tradições, a abertura da temporada de pesca do mapará é um evento aguardado e marcado pelo trabalho da comunidade. Com quase 30 mil habitantes e localizado a 285,0 km de Belém, o município se destaca pelo amontoado de canoas e redes de pesca, simbolizando a importância econômica e cultural desse período.
Orlando Lobato, diretor de Pesca e Aquicultura da Sedap, destacou a relevância do mapará não apenas como recurso pesqueiro, mas também como parte da identidade cultural dos municípios da região. Com um tamanho médio de até 45 centímetros, o peixe é reproduzido em água doce e é amplamente consumido pela população local.
O período de defeso do mapará, que inicia anualmente em 1º de novembro e se estende até o final de fevereiro, visa garantir a preservação da espécie. Orlando Lobato explicou que, embora o peixe seja capturado ao longo de oito meses do ano, a intensidade da pesca aumenta no início de março. Atualmente, 55 comunidades de Cametá participam do acordo de pesca, um contrato transformado em Lei pelo Estado para assegurar a sustentabilidade da prática pesqueira na região.
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